Ao discutirmos sobre energia no Brasil, muitas vezes nos deparamos com dois termos importantes: matriz elétrica e matriz energética. Ambos são essenciais para compreender como o país gera, distribui e consome energia, mas possuem diferenças significativas em sua composição e impacto. Este artigo abordará a diferença entre esses dois conceitos e explicará por que a matriz elétrica brasileira é tão renovável, enquanto a matriz energética é mais diversificada e menos dependente de fontes renováveis.
O que é a matriz elétrica?
A matriz elétrica refere-se ao conjunto de fontes utilizadas para gerar eletricidade. No Brasil, essa matriz é predominantemente renovável, com cerca de 90% da eletricidade proveniente de fontes como hidrelétricas, usinas solares, eólicas e biomassa. As hidrelétricas dominam essa matriz, contribuindo com aproximadamente 60% da geração total de eletricidade.
Essa forte presença de fontes renováveis é uma característica que coloca o Brasil em destaque no cenário mundial, com uma das matrizes elétricas mais limpas e sustentáveis do planeta. Entretanto, o desafio está na diversificação para garantir segurança energética em períodos de seca, quando as hidrelétricas podem ser menos eficientes.
O que é a matriz energética?
Já a matriz energética abrange todas as formas de energia consumidas em um país, incluindo combustíveis para transporte, aquecimento e outras formas de uso de energia, além da eletricidade. A matriz energética do Brasil é mais diversa, com uma combinação de fontes renováveis e não renováveis. Aproximadamente 49% dessa matriz é composta por energias renováveis, o que, ainda assim, coloca o Brasil acima da média mundial, que gira em torno de 15%.
Na matriz energética, além da eletricidade gerada por fontes renováveis, há uma presença significativa de combustíveis fósseis, como petróleo, gás natural e carvão. Esses recursos são amplamente utilizados no transporte, na indústria e em processos de aquecimento, o que faz com que a matriz energética seja menos renovável do que a elétrica.
Por que essa diferença existe?
A principal razão para essa diferença é o uso de combustíveis fósseis fora da geração de eletricidade. O setor de transporte, por exemplo, depende fortemente de derivados de petróleo, como gasolina e diesel. Mesmo com avanços em biocombustíveis, como o etanol e o biodiesel, esses combustíveis fósseis ainda são responsáveis por uma parcela significativa do consumo de energia no Brasil.
Além disso, a indústria também consome grandes quantidades de energia a partir de fontes não renováveis, como o gás natural, para seus processos de produção. Isso impacta diretamente a matriz energética, que precisa incluir todas as formas de energia utilizadas em diferentes setores econômicos.
Importância da transição energética
O Brasil já é referência em eletricidade renovável, mas ainda há um longo caminho a percorrer em termos de descarbonização de toda a matriz energética. O investimento em tecnologias mais limpas e a substituição gradual de combustíveis fósseis são fundamentais para que o país avance na transição energética e reduza ainda mais suas emissões de gases de efeito estufa.
A energia solar, por exemplo, tem um grande potencial para crescer tanto na geração de eletricidade quanto em outras áreas, como aquecimento e transporte. O uso de veículos elétricos movidos a energia limpa e a expansão de sistemas de aquecimento solar são caminhos possíveis para aumentar a participação de fontes renováveis na matriz energética.
Enquanto a matriz elétrica brasileira é amplamente renovável, a matriz energética ainda depende de uma mistura de fontes, incluindo combustíveis fósseis. A transição para uma matriz energética mais limpa e sustentável é um desafio, mas também uma oportunidade para o Brasil continuar liderando o caminho em energias renováveis.