Por Ricardo Casarin
A energia solar foi a única fonte a apresentar crescimento na geração no Brasil no mês de maio, informou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). As usinas fotovoltaicas registraram aumento de 35,8% em relação ao mesmo período de 2019 em função da expansão da capacidade instalada. Na mesma base de comparação, as hidrelétricas (-14,1%), eólicas (-2,2%) e termelétricas (-1,2%) registraram recuo.
O estudo da entidade aponta que o total do volume de geração de energia produzida no país entre 01 e 31 de maio foi 10,9% inferior ao mesmo período do ano passado. Já o consumo de energia elétrica recuou 11%, por influência das medidas de isolamento social para combate à Covid-19.
“Os feriados adiantados para o período de 23/05 a 29/05 no país tiveram impacto pontual no consumo médio dos locais que aderiram à medida. No Sistema Interligado Nacional (SIN), a queda de demanda registrada naquela semana foi de 12,6%. Os dados mostram ainda que, com a manutenção das medidas para controle do novo coronavírus, houve uma estabilização da queda do consumo nas últimas semanas, em torno de 10% a 13%”, assinala a pesquisa.
A CCEE indica que, durante o mês, o mercado regulado teve redução de 12%, enquanto o mercado livre apresentou recuo de 10%. “No Ambiente de Contratação Regulada (ACR), além do impacto da COVID-19, a queda decorre da migração dos consumidores cativos para o Ambiente de Contratação Livre (ACL). Excluindo o impacto das migrações, o ACR registraria queda de 11,1%.”
“Ao expurgar o impacto da migração dos consumidores cativos, o ACL apresentaria queda de 14,5%. Os consumidores livres apresentaram queda de 12,6% e os especiais, 6,9%, ao expurgar o efeito da migração, observa-se queda de 14,1% e 21,7%, respectivamente. Os autoprodutores diminuíram seu consumo em 3,4%.”
Ainda conforme o relatório, a maior parte dos ramos de atividade apresentaram quedas representativas no consumo de energia, sendo os principais: veículos (47,9%), têxteis (46,2%), serviços (29,9%) e transporte (25,5%).
Os segmentos que apresentaram crescimento em seu consumo foram saneamento (22,4%) e alimentício (2,6%), porém, a CCEE ressalta que este aumento está diretamente vinculado à migração dos consumidores para o mercado livre. “Ao expurgarmos o efeito da migração para o ACL, verifica-se leve crescimento do consumo somente do ramo de saneamento (1,7%).”